segunda-feira, 12 de março de 2012

o que sei?

a praia é toda minha só porque é Inverno.
as pessoas estão longe, o pensamento das pessoas está longe.
hoje estou a pensar nas pessoas.
se todos caminhamos na mesma direcção porque que não tiramos os olhos do chão?
se todos sentimemos o amor e o ódio porque que escolhemos quase sempre o ódio?
se todos olhamos o espelho da mesma maneira porque que não encontramos o mesmo reflexo?
se todas as pessoas sonham porque algumas nos proíbem de sonhar?
se todos nós falamos sozinhos porque que nos proibimos de escutar?
se todos olhamos para as mãos vazias porque que elas continuam vazias?
porque?
porque que não dormimos quando devemos?
porque que só dormimos quando não podemos?
porque que há um lado esquerdo e um lado direito?
porque que o ano tem doze meses quando eu acho que devia ter treze?
se os gatos pretos dão azar, os brancos dão sorte?
sentei-me na areia molhada, é desconfortável como a vida.
estamos sempre a vive-la e a tentar ajustar-nos nela.
porque? somos loucos?
se aguentamos somos fortes, se desistirmos somos cobardes?
porque que um poeta é ridículo e um psiquiatra é credível?
não percebo quase nada, não sei nada, nada, nada.
contra mim tudo, a vida e os pontos de interrogação.
as insónias. ( malditas insónias)
porque que há dias tão curtos e noites tão longas?
o céu é enorme.
o infinito esta a arder.
o mar quer fugir de mim.
e para estar vivo, basta saber que não sabe quase nada sobre a vida que passamos os dias a viver h éspera do dia em que a vida acaba e que as vinte e uma gramas que pesa a alma, se solte de dentro de nós.

vou embora, quando o Sol se põe perco a lucidez.
chega.

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