segunda-feira, 2 de abril de 2012

meu querido louco

 Olá meu querido louco, olá a todos e a nenhum.
Hoje vim ver o mar, porque sei que me aproxima de ti.
A lua esta cheia e ilumina a praia toda.
As noites de lua cheia eram sempre nossas.
Obrigado pela tua carta, é semŕe bom ler que o teu olhar continua a conseguir captar tudo e retirar tudo, de todas as experiências que vives.
És imenso, por isso te chamam louco, porque vês o que mais ninguém consegue ver, porque vives num mundo paralelo entre a realidade e o imaginário, acho-te cada vez menos louco, acho-te só um óptimo observador.
Hoje li um poema de Sophia, sinto que o escreveu para nós

"Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo.
Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa"

Quem me dera que assim não fosse, eu não tenho muitos medos, não tenho muitos fantasmas.
Mas não quero ficar sozinha.
E contigo, longe ou perto, nunca me sinto sozinha, porque existes, porque pensas como eu, porque pensas em mim, porque vês o mundo pelos meus olhos, sem poder olhar para eles.
A vida não permite que fiquemos juntos.
Não sei, sabes, cada vez tenho mais  certeza que não sei nada da vida.
O mundo é lugar fechado, onde tudo são concepções, conceitos e precoceitos, onde se elevam estatutos e se gastam vidas.
Ainda bem que sou bonita, que chamo a atenção porque não sou simpática, nem social, nem boa amiga e não sirvo para apoio de ninguém.
Só gostam de mim porque sou mesmo muito bonita, porque quando caminho o desejo aumenta, porque quando sorrio o mundo de alguém pára.
Se eu morrer amanhã, esperando que isso não aconteça, deixa-me rosas todos os dias e pensa em mim sempre com aquele vestido, o teu favorito.
Lembra-te do meu cabelo a dançar com o vento e do meu olhar que eram dois oceanos cheios de amor por ti.
As pessoas não sabem, não lhes intressa, mas eu amo-te e queria amar-te mais.
Não consigo, estamos separados por um buraco dimensional, a tua dimensão e a minha, juntas podiam ser um Mundo bem melhor.
Hoje queria matar-te, existires faz-me querer matar.
Não te poder amar, devia fazer-me querer morrer, mas emociona-me, excita-me este lugar onde vivemos sempre com o desejo do que não temos.
Sou estranha confessa, perdida talvez.
Não quero ficar sozinha.
Por favor, não me deixes sozinha.
O meu quarto é escuro e frio sem ti.
Guardo o teu perfume na terceira gaveta do armário.
Por favor, não te esqueças de chorar por mim, um dia que seja.
Não te esqueças que me amas mais do que a própria vida, não deixes que te convençam do contrário.
Não te estou a implorar, nem a pedir, estou a dizer-te com carinho o que quero que faças, o que deves fazer.
Hoje as minhas mãos estão repletas de ti, toco no meu corpo na necessidade de te sentir ao meu lado.

                                                                Não sei quem és, mas amas-me, Eva Stein

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