quinta-feira, 19 de abril de 2012

são sempre as mesmas paredes.
sempre os mesmo suspiros.
sempre tu.
sempre eu.
sempre eu sem ti.
sempre eu contigo.
tu nu.
eu nua.
tu a ires embora.
eu a dormir.

as minhas mãos acabam sempre por ficar vazias.
sem ti.
sem nada.
como se nada, fosse tudo.
não sei.
nada.
outra vez.
nada.
não sei.

o ulisses aos pés da cama.
ignora a nossa existência.
nem tentes move-lo.
é mais teimoso do que eu.
ai, seu mentiroso.
estas sempre a prometer que ficas.
estas sempre a partir.
e a partir (-me) o coração.


enquanto dormes ao meu lado,
dou-te a mão.
encosto o meu peito ás tuas costas.
sinto o teu corpo a respirar.
a vida que há em ti.
quase consigo prende-la entre os meus dedos.
 

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