quarta-feira, 4 de abril de 2012

são 3h da manhã.
apetece-me apagar o tempo e todas as concepções socias.
vista assim, a minha cama é enorme.
o meu mundo escreve-se com minúsculas.
é não sei de nada, não sei o que significa sequer, saber alguma coisa.
o tecto é o meu horizonte nocturno.
as páginas dos livros são as minhas avenidas, por onde vagueio.
só de noite as coisas fazem sentido.
pensamos em tudo, sem pensar em nada.
voltamos a pensar.
olhamos para a tv desperta e voltamos a pensar.
quando somos pequenos as noites nem sequer existem.
quando crescemos são enormes.

tenho medo do escuro.
tenho medo das noites enormes.
o horizonte esta demasiado perto.
a minha alma demasiado longe.
perco-me todas as noites.
não sei de mim.
nem de nada.

podia adormecer.
não consigo.
3 voltas á cama.
não consigo.

outra vez, o tecto.
toco com os pés um no outro, como se fosse um ritual antes de adormecer.
puxo os lençois para cima.

somos assim tão idiotas ao ponto de escrever sobre as insónias?

 VAI DORMIR, vá dorme.

 boa noite

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